sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sendo!

Sou uma soma que às vezes se divide, multiplica, diminui, mas, no final das contas, tudo em mim soma. Gosto do que em mim soa sincero, verdadeiro. Acho que isso é o que tenho de melhor. Só me sei assim, quando não sou assim, desse jeito, minha alma sofre, me rejeita, enfraquece. Preciso ser verdade, loucura, emoção.

Quero ser a minha própria bússola, quero preencher cada linha da minha existência de próprio punho. Mas escrevê-la por minha conta, não diminui a importância e necessidade de tantos outros alguens que me constroem. Sou só, mas não solidão, sou única, mas também sou multidão. Sinto uma sensação de gratidão pelo que em minha história me liberta, me amplia o desejo de ter mais alma. Sou gota e sou oceano... Sou tantas e de vez em quando sou tão ninguém.

Absoluta e relativa, quase sempre é aí que me encontro, entre esses dois estados, ou num ou noutro, quase sempre tenho dificuldade de andar no meio. Descubro que não estar no meio não quer dizer desequilíbrio. Porque tudo é relativo é que acredito que o meu centro, meu ponto de equilíbrio não está na metade, na simetria, na igualdade das partes. Sou equilíbrio quando permito minha loucura. Minha loucura é sanidade, é libertação. Quanto mais viva ela é, mais me sinto sã. Minha loucura liberta minha alma, liberta meu corpo, me entorpece, me dá coragem, me dá imensidão, passo a ser o mundo, o tudo, o todo...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Indo!

E é assim, a gente vai pelos dias sentindo aquela falta do que poderia ser e não é, da presença ausente, do tempo que nunca é tempo, parece que ele não é nunca o suficiente, e assim a gente caminha com um coração cheio de amada amizade, de lembrança antiga, do tempo que se quer ter  e nunca se tem...


E assim a gente vai em paralelo na estrada da vida, se olhando de longe, acompanhando a trilha que parece levar pra distante e eis que, contrariando a lei da lógico, as paralelas se cruzam, os sentimento se afagam, renasce um novo fôlego para o sentimento...


Novamente a sensação de amor fraterno se fortalece, enche o peito e, sem que se averigúe da vontade, os caminhos vão de novo, se fazendo em paralelo, caminhando lado a lado. Lado a lado, sim, porque em paralelo quer dizer lado a lado, avizinhado. E é como se pudéssemos nos tocar se ambos apenas esticarmos os braços.


E assim a gente vai trilhando, caminhando, hora vagando, hora vivendo, hora sentindo e simplesmente indo, preenchido de uma carência, uma ânsia, uma vontade...


Indo, simplesmente indo, em paralelo, enviesado, lado a lado...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Quero ser BB!


Quero ser Brigitte Bardot, mas sem o ativismo preconceituoso...
Dela, tenho uma leve semelhança: sou atriz e mulher...
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Primavera, de Milo Manara!
Inspiração para PornoGráficos!
De volta..
Dia 30/11/2009

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Primavera


"Este momento sela uma nova etapa, uma nova jornada, uma nova estação.
Chego à primavera do meu espírito? Tomara que sim, acho que já vivi muitos invernos, em que fui bombardeado com chuvas, trovões, relampejadas.
Já vi minhas folhas caírem no outono e me vi ficar quase sem nenhuma, totalmente seca.
Já sofri muito com o calor do verão, que queimou tudo por dentro, ameaçou me transformar em pó, mas eis que chega a primavera, momento de colher os frutos, de deixar desabrochar as flores novamente, com a ajuda do sol, do vento, da luz e da água, mas tudo na medida certa para que elas se ergam fortes, viçosas, inteiras, nutridas... para que eu possa florescer como lindos arbustos, belas árvores frondosas, cujos frutos possam alimentar minha alma e meu espírito. Para que assim ele possa correr no meio dos jardins floridos, se banhar nas águas claras da vida, pisar na terra firme e se aquecer na quentura dos dias mais iluminados, se refrescar nos ventos amigos...

Caminhe com calma, pise firme e estabeleça as novas regras do seu viver. Se vacilar saiba que é assim mesmo, é natural, mas não se permita ficar na corda bamba por tanto tempo. Vigie seus pensamentos, confie no poder do silencioso sopro Divino, confie na magnitude de seus sonhos e lembre-se sempre de todas as estações pelas quais você passou. Não esqueça que cada uma delas teve o seu valor. Todas elas lhe trouxeram alguma beleza. Todas elas foram importantes e fundamentais para que você chegasse até aqui. Você pode estar avariado, um pouco quebrado, cansado, mas não esqueça que o caminho é você quem faz, é você quem define o que fazer. É você quem escolhe a direção.

Vá, pise firme, siga em paz com o seu coração. Solte muitos beijos para a sua alma, afague-a, corteje-a, respeite-a. Ame-se, ame cada célula do seu corpo. Ame cada gota de lágrima, cada sorriso, cada demonstração de afeto. Permaneça no bem, siga o seu coração e não duvide do seu potencial em sarar as feridas."

terça-feira, 15 de setembro de 2009

DEIXA SER BOM!



A gente às vezes não deixa
Pestaneja
Se queixa,
analisa e não deixa

Às vezes deixa:
deixa pra lá,
deixa passar,
deixa o bicho pegar.

Mas deixar
Assim
desapegar
ir pra lá
e não chorar..
Ah, isso a gente não deixa
Puxa,
Segura,
aperta,
suga,
e não deixa

Apega
não leva
não solta
nem deixa ficar como está.

Não deixa,
deixa,
mas deixa ser bom...


Em Fortaleza, em um dia de terça-feira, 15/09/2009, às 23:37h esperando ele chegar...

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Falta de tempo de postar...vai texto de Clarice. Por sinal, muito belo...


Um dia um mestre perguntou aos seus discípulos: - Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas? Os homens pensaram por alguns momentos. – Porque perdemos a calma – disse um deles – Por isso gritamos. – Por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado? Não é possível falar-lhe em voz baixa? Por que gritas a uma pessoa quando estás aborrecido? Os homens deram algumas respostas, mas nenhuma delas satisfez o mestre. Finalmente ele explicou: Quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poder escutar-se. (...) Em seguida perguntou: - O que sucede quando duas pessoas se enamoram? Elas não gritam, mas se falam suavemente. Por que? Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Quando se enamoram, acontece mais alguma coisa? Notem que quase não falam, somente sussurram, e ficam cada vez mais perto do seu amor. Finalmente, não necessitam sequer sussurrar, somente se olham e isto é tudo. Assim é quando duas pessoas que se amam estão próximas... (Clarice Lispector)

sábado, 29 de setembro de 2007

O estado das coisas ou o senso comum

É incrível constatar, cada dia mais, que somos uma grande manada sem direção, que necessita do vaqueiro, ou do pastor para conduzir, direcionar, dizer para onde ir. Não somos tão liberados, livres assim como pensamos. Isso é sufocante nessa sociedade rápida, superficial. Escrevo isso porque tem dia que me canso desse estado das coisas que cumpre uma ordem pré-estabelecida, segue caminhos já traçados e vai como boiada a qualquer lugar, sem pensar se o caminho é bonito, ou se existe um outro caminho mais condizente com o próprio estado de ser, com o próprio bom senso. Aliás, bom senso é um termo cada dia menos usado e praticado. Fico estarrecida ao ler um artigo no jornal sobre um acidente de carro em que o responsável pelo imbróglio tentou esquivar-se de sua responsabilidade por ser filho do dinheiro, ops, de um pai portador de abastança econômica. Não entendo mais o mundo. Parece que assumir as próprias responsabilidades só acontece quando isso não vai me gerar desconforto ou prejuízo.

Tenho tentado me destituir desse mundinho de pessoas de plástico, superficiais, que prezam mais o parecer das coisas do que propriamente o ser. Não compactuo com isso e não pretendo ficar engolindo esse mundinho pequeno burguês, atrevido, narcíseo, voltado para o próprio umbigo, estagnado, falso, superficial. Gosto mais de um mundo menor, menos rápido, mais qualitativo. A minha terra gira em um ritmo diferente, menos veloz. Acredito que assim posso ver melhor o azul do céu e o rosto dos passantes. Dá pra sentir melhor as pessoas, as suas angústias, seus estados de espírito, a diversidade do mundo, a sua complexidade e, o melhor, deliciar-se com o que ainda há de belo ao redor, com a beleza do verdadeiro ser humano que percebe as sutilezas de uma caminhada ao lado de. Prefiro assim, é melhor do que caminhar sozinho acreditando-se acompanhado só por estar no meio de uma multidão. Não curto isso, não gosto de multidão. Isso confunde o sentir, faz olhar e não ver. Gosto da vida, do lado bom dela e das pessoas. Quero que os que pensam minúsculo fodam-se, porque assim pode ser que eles percebam a grandeza e a beleza de SER humano.


Fortaleza, 20 de setembro de 2007